sábado, 7 de setembro de 2013

SUS: estamos no caminho certo ou nos perdemos ao longo desses 25 anos?
 
 
Para comemorar seu 59º aniversário, a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) promoveu, de 3 a 6/9, a Semana Sergio Arouca. Diversas atividades foram realizadas ao longo da semana com a presença de especialistas para debater o contexto da 8ª Conferência Nacional de Saúde, a crise atual do Sistema Único de Saúde – que, em 2013, completa 25 anos –, o papel dos movimentos sociais nas políticas de saúde, e lembrar os 10 anos sem o sanitarista Sergio Arouca.

Como a ENSP é uma escola que trabalha sempre em prol do sistema universal, integral e equitativo brasileiro, a questão “SUS: estamos no caminho certo ou nos perdemos ao longo desses 25 anos?” foi apresentada para diversas pessoas que participaram da Semana Sergio Arouca.

Os depoimentos mostram uma diversidade de pensamentos quanto ao sucesso do SUS. Alguns acreditam que estamos no rumo certo e outros enfatizam que precisamos voltar às origens do movimento da Reforma Sanitária brasileira. Entretanto, determinados pontos foram praticamente unânimes nos discursos: a necessidade de mais investimento para o Sistema, maior combate contra a privatização dos serviços de saúde e a melhoria da atenção básica no país.

Ao todo, 28 nomes ligados à saúde coletiva brasileira responderam sobre o papel do SUS nesses 25 anos. Nos próximos dias, o Informe ENSP publicará todos os depoimentos, começando com dez deles nesta sexta-feira (6/9). Todos estão sendo editados e serão publicados em vídeo no canal da ENSP, no YouTube. Você pode participar e deixar também sua opinião.

Os depoimentos recolhidos e que serão apresentados são de: Paulo Gadelha – presidente da Fiocruz; Hermano Castro – diretor da ENSP; Jorge Bermudez – vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz e ex-diretor da ENSP; Pedro Barbosa – vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz; Tatiana Wargas de Faria Baptista – vice-diretora de Pós-Graduação da ENSP; Ana Maria Costa – presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes); Antônio Ivo de Carvalho – ex-diretor da ENSP e pesquisador da Escola; José Carvalho de Noronha – pesquisador da Fiocruz e ex-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco); Arlindo Fábio Gómez de Sousa – sanitarista e ex-diretor da ENSP; Sônia Fleury – professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV); Anamaria Tambellini – pesquisadora aposentada da Fiocruz; Lucia Souto – pesquisadora da ENSP; Álvaro Nascimento – pesquisador aposentado da ENSP; Ary Miranda – pesquisador da ENSP; Paulo Amarante – pesquisador da ENSP; Sarah Escorel – pesquisadora da ENSP; Nelson Rodrigues dos Santos – professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Carlos Basília – psicólogo e ativista social; Paulo Garrido – presidente do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN); Rita Mattos – pesquisadora da ENSP; Ligia Giovanella – pesquisadora da ENSP; Tânia Celeste – pesquisadora da ENSP e coordenadora da Secretaria Executiva da Rede de Escolas e Centros Formadores em Saúde Pública; Eduardo Stotz – pesquisador da ENSP; Adolfo Chorny – pesquisador da ENSP; Gilson Carvalho – sanitarista; Ligia Bahia – professora da UFRJ; Rudá Ricci – sociólogo e cientista político; e Andrezza Piccoli – membro do Fórum de Estudantes da ENSP.

Paulo Gadelha – presidente da Fiocruz

“Nós estamos no caminho certo toda vez que voltamos a revisitar os princípios fundamentais do SUS. Estamos operando com toda a nossa capacidade crítica para aquilo que já foi um avanço se traduza em sentido mais pleno das ideias de equidade, de universalidade e de saúde, como expressão de maior qualidade de vida e de um modelo de desenvolvimento do país. Eu não tenho dúvidas de que nós avançamos nesses 25 anos. Temos ainda desafios estruturais, de financiamento, e também na área de formação de um sistema de cargos e carreiras para os profissionais do SUS. Há ainda a necessidade de reverter essa relação perversa entre a predominância do gasto privado sobre o gasto público. Nós estamos e sempre estaremos no caminho certo, porque não abandonamos nossos ideais.”

Hermano Castro – diretor da ENSP

“A ENSP completa 59 anos de luta e construção deste sistema que, há 25 anos, se consolidou como o SUS. E comemoramos o aniversário da Escola com a Semana Sergio Arouca e colocamos em debate a Reforma Sanitária brasileira, buscando ouvir novas ideias para fazer com que esse Sistema cresça, avance e atenda aos reais anseios da população. A civilidade, que tanto Arouca mencionava, deve estar presente em todos os nossos pensamentos quando discutimos saúde neste país.”

Pedro Barbosa – vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz

“Nesses 25 anos de SUS, eu não tenho dúvidas de que estamos no caminho. Só que ele não é simples. É um caminho de muito esforço e de transformação. Não existe transformação sem conflito. Nós precisamos reverter muitos quadros políticos e econômicos e, obviamente, rever a estruturação do setor saúde. Temos que enfrentar tais questões com mais competência, articulação e coalizão para colocar esse SUS efetivamente na realidade da sociedade brasileira. Não faremos essa transformação sem uma mobilização de forças sociais de modo que a saúde seja, de fato, o centro de desenvolvimento de uma nação.”

Jorge Bermudez – vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz e ex-diretor da ENSP

“Agora que nós superamos os 200 milhões de habitantes, eu penso que temos um sistema de saúde universal de muito sucesso, considerado um modelo para o mundo, mas que conta ainda com problemas e falhas. Nós estamos no caminho certo, mas precisamos continuar tendo financiamento estável e seguir na luta incansável pela melhoria de saúde e de vida da população brasileira.”

Tatiana Wargas de Faria Baptista – vice-diretora de Pós-Graduação da ENSP

“O SUS caminhou bastante dentro de um cenário de grande diversidade nos anos 90 e 2000. Precisamos, com certeza, avançar ainda mais na construção desse sistema, mas acho que existem vários descaminhos e temos que retomar uma série de princípios e questões tratadas nos anos 70 e 80, em especial na relação com o capital e com o capital empresarial da saúde. Mas eu vejo que temos ainda um longo caminho na construção da nossa Reforma.”

Ana Maria Costa – presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)

“Sem dúvida, o SUS é uma grande vitória da sociedade brasileira. O Sistema Único de Saúde representou a incorporação e a ampliação de acesso a milhões de brasileiros e a interiorização dos serviços de saúde. Mas nós ainda somos perdedores. O projeto do direito à saúde era muito mais ambicioso que a criação de um sistema que ainda peleja para se consolidar e sofre as agruras de um subfinanciamento e de uma precariedade na qualidade dos serviços. De fato, o SUS avança, mas a passos ainda muito lentos. A população brasileira precisa de maior vigor, e os governos, não só estes mas todos daqui para a frente, devem colocar a saúde no centro do projeto político de desenvolvimento nacional.”

Antônio Ivo de Carvalho – ex-diretor da ENSP e pesquisador da Escola

“Nos seus 25 anos, eu penso que o SUS trouxe mais benefícios para a população brasileira na área da saúde do que jamais houve. Estamos no caminho certo, tendo cometido alguns erros. Eu posso dizer que não chegamos lá ainda, mas vamos chegar, porque o SUS é um compromisso da sociedade brasileira. Existem muitos interessados em que ele não se realize, mas vejo que esse é o caminho, pois, para o mundo inteiro, o SUS vem se mostrando como um modelo de sistema generoso, avançado e com maior capacidade de produzir saúde.”

José Carvalho de Noronha – pesquisador da Fiocruz e ex-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco)

“É muito importante celebrar o aniversário da ENSP com as conquistas que tivemos 25 anos depois de a Constituição definir a saúde como um direito e declarar que ela é resultado de políticas sociais e econômicas que têm efeito sobre a população, além de definir que todo cidadão brasileiro tenha acesso universal e gratuito aos serviços e ações de saúde. Essa trajetória do SUS, um sistema ainda jovem, vem com sucessos e fracassos. Hoje, o governo tem responsabilidades, e a sociedade reivindica esse direito, o que possibilita uma condição muito importante para o avanço do SUS. As ameaças ao SUS se dão pelos setores mais abastados da população, que começam a pressionar por recursos ainda maiores para o seu atendimento, implicando a expansão de um setor de planos e seguros de saúde e, portanto, com subsídios fiscais, retirando financiamentos desse sistema. Os desafios são grandes, mas estamos no caminho certo.”

Arlindo Fábio Gómez de Sousa – sanitarista e ex-diretor da ENSP

“Quando me perguntam se estamos no caminho certo ou nos perdemos em relação ao Sistema Único de Saúde, temos que fazer duas ponderações. A primeira, no que diz respeito à proposta inicial que dá origem ao Sistema Único de Saúde brasileiro. Sem dúvida nenhuma, estamos no caminho certo. No que diz respeito à sua implementação, estamos com muitos desvios, sendo alguns extremamente perigosos, que podem colocar em risco toda essa construção técnica e política com mais de 30 anos na história brasileira de saúde.”

Sônia Fleury – professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

“O SUS não é um projeto acabado, nunca. Ele é um projeto que foi desenhado num determinado momento e implementando em outro extremamente adverso. Então, a luta é constante para melhorar a qualidade da prestação de serviços, para que os recursos não sejam desviados para a privatização da área da saúde. Vivemos agora um momento extremamente importante, que é o da população nas ruas reclamando pela radicalização da democracia e radicalização do direito ao SUS. É o momento de revisitar o que deu certo no SUS e pensar no que precisa ser refeito, inclusive com relação aos mecanismos de participação para atender a essa demanda coletiva de melhoria da qualidade do serviço público de saúde.”

sexta-feira, 6 de setembro de 2013








Estimados amigos,


Con gran satisfacción, deseamos darles la cordial bienvenida al XXII Congreso de la Sociedad Latinoamericana y del Caribe de Trasplante – XII Congreso Argentino de Trasplante – STALYC-SAT 2013, que tendrá lugar de 1º al 4 de diciembre de 2013 en el Hotel Panamericano de Buenos Aires.
La finalidad de la convergencia de toda Latinoamérica y los visitantes de otros continentes al congreso, debe servir no solo para ampliar nuestros conocimientos y nuestras experiencias, sino también para estimular el desarrollo del proceso donación/trasplante en toda la región, con los objetivos comunes de mejorar la accesibilidad de todos nuestros pacientes a esta terapéutica, la integración y articulación de todos los actores que trabajamos en salud, y así fortalecer el objetivo de más y mejores trasplantes para todos.
Encontrarán un novedoso y creativo programa científico, que incluye entre sus actividades, el simposio satélite de procuración en Colonia del Sacramento, Uruguay, el simposio SLANH-STALyC y el III Foro Latinoamericano de Bioética. Asimismo una muy variada gama de propuestas para disfrutar Buenos Aires y las bellezas de nuestro país.
Es nuestro deseo que Buenos Aires los reciba con los brazos abiertos y con su proverbial calidez y encanto y que este Congreso se transforme en un verdadero encuentro de ciencia y amistad de todos los países de Latinoamérica y del Caribe.
Los invitamos a visitar el sitio web www.stalyc-sat-2013.org donde encontrarán las actualizaciones y novedades sobre la organización del Congreso.
¡Los esperamos en Buenos Aires en diciembre de 2013!

No período de 14 a 18 de outubro de 2013 será reali­zado em São Paulo, em Águas de Lindóia, o XIV Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais com o tema central Impactos da crise do capital nas políticas sociais e no trabalho do/a assistente social”.

O CBAS é o maior evento do Serviço Social brasileiro, realizado a cada três anos, e reúne em torno de 3.000 profissionais e estudantes. É um evento de natureza po­lítico-científica, cujos debates subsidiam a construção da agenda das entidades nacionais da categoria – Conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO - para o próximo triênio. Constitui, ainda, importante espaço de divulgação da produção científica e técnica da área do Serviço Social, através da apresentação de trabalhos e comunicações pe­los profissionais e estudantes e do lançamento de livros.

A crise, que eclodiu em 2008, como mais uma expressão da crise estrutural do capital, é o cenário no qual se inscreve esse XIV CBAS. Seus efeitos destrutivos se estendem por toda parte e viola nossa relação com a natureza, minando as condições fundamentais de sobrevivência humana, se expressam na deteriorização das condições de vida da classe trabalhadora, na desregulamentação dos direitos historicamente conquistados, na desorganização política dos sujeitos coletivos e na criminalização dos movimentos sociais. Trata-se de um momento de inflexão histórica, que repercute diretamente nas políticas sociais que são atingidas por um processo destrutivo de direitos, assumindo cada vez mais o caráter minimalista e meritocrático, determinadas pela privatização acelerada dos serviços públicos.

O XIV CBAS coloca no centro da agenda o trabalho profissional neste contexto da sociedade brasileira, tendo em perspectiva intensificar as lutas por melhores condições de trabalho, na perspectiva de fortalecimento do projeto ético-político profissional do Serviço Social brasileiro e sua direção de luta e resistência contra a ordem desumanizante do capital.

Os temas das conferências centrais serão:
- Impactos da crise do capital nas políticas sociais e no trabalho do/a assistente social
- Trabalho do/a assistente social no contexto da crise do capital: desafios para a categoria profissional
As mesas redondas simultâneas discutirão os seguintes temas:
- Enfrentamento da Questão social no contexto da crise do capital: um compromisso ético-político dos/as assistentes sociais
- Os desafios éticos no cotidiano do trabalho profissional dos/as assistentes sociais
O Congresso contará também com oito plenárias simultâneas com temas polêmicos, desafiadores e instigantes, como segue abaixo:
- Trabalho do assistente social na política de assistência social
- Organização política dos/as assistentes sociais: em defesa do trabalho e da formação com qualidade
- Política de drogas: consensos, dissensos e direitos em debate – questões para o Serviço Social
- Diversidade sexual e identidade de gênero: desafios para o Serviço Social
- Os desafios da intervenção profissional do/a assistente social na área da saúde
- Questão urbana e o trabalho do/a assistente social: desafios, lutas e resistências
O trabalho do(a) assistente social na previdência social no contexto de restrição de direitos - desafios e perspectivas.
- Serviço Social brasileiro e sua articulação com países da América Latina e de língua portuguesa
   

I CONGRESSO DO SISTEMA BRASILEIRO DE TRANSPLANTES

O Brasil possui um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a todos os brasileiros por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS. Desde 2001, a partir da Lei 10.2011, é a família quem deve autorizar a doação de órgãos, o que torna essencial a relação de confiança estabelecida entre médicos, pacientes e familiares. Essa relação é fortalecida com o trabalho contínuo das equipes na orientação sobre os procedimentos de doação de órgãos e, no caso de morte encefálica confirmada, sensibilização dos familiares para que estes autorizem a retirada dos órgãos e tecidos.

O Sistema Nacional de Transplantes - SNT, criado pelo Decreto n° 2.268, de 30 de junho de 1997, é a instância responsável pelo controle e monitoramento dos transplantes de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins terapêuticos realizados no País, o que envolve ações de gestão política, regulação dos processos de captação e distribuição, promoção da doação, logística, regulamentação, validação de centros e equipes transplantadores, entre outros.

Com isso, o SNT vem aprimorando a cada dia os critérios de alocação dos órgãos e tecidos, bem como os mecanismos de controle das listas de espera, o que reflete em um sistema mais seguro e adequado para atender à demanda crescente por transplantes no País.

Os avanços tecnológicos nessa área vêm estimulando pesquisas que têm representado um aumento nas modalidades de transplantes, o que implica em um aumento na demanda por parte de pessoas que se beneficiam desses procedimentos.

O caminho do transplante depende de uma ação conjunta entre órgãos públicos, setores privados e sociedade civil com vistas ao aperfeiçoamento constante do sistema. É com esse intuito que realizaremos no período de 5 a 7 de dezembro de 2013, em Brasília, o I Congresso do Sistema Brasileiro de Transplantes. Nessa oportunidade, pesquisadores nacionais e internacionais, profissionais de Saúde, gestores, entre outros, estarão debatendo o processo de doação e transplante sob seus distintos aspectos e perspectivas, incluindo questões clínicas relacionadas às especificidades de cada órgão, tecido ou célula, além de temas como bioética, sistemas de informação, logística, entre outros.

O evento será dividido em palestras, mesas redondas, apresentação de trabalhos e pôsteres e reuniões plenárias.